Redes sociais cumprem novo papel, como demonstrou revolução no Egito no começo do ano; importância do tema só tende a crescer
A revolução nas comunicações alterou o rumo do debate sobre liberdade de expressão, segundo os participantes do evento promovido ontem no Rio pelo Instituto Millenium.Paulo Uebel, diretor do instituto, lembrou que é necessário melhorar a qualidade da EDUCAÇÃO como forma de reforçar a democracia no Brasil. Segundo ele, debates que podem ser incômodos para alguns precisam ser feitos para garantir a liberdade:
- Temos que ter cuidado com a premissa da incapacidade popular de tomar decisões.
Tonet Camargo, vice-presidente do Grupo RBS, lembrou que grande parte dos conceitos de comunicação e liberdade existentes até então está passando por revoluções com o avanço tecnológico. Ele afirmou que isso altera as lutas por democracia e que, ao mesmo tempo, causa revoluções na sociedade.
- O caso do Egito é um exemplo, uma revolução organizada em redes sociais, sem líderes. Quem é o Fidel Castro do Egito? Não existe. Isso é um ponto muito importante que temos que discutir – afirmou Tonet, que acredita que o Estado ainda intervém muito na sociedade, citando como exemplo a relação entre empregadores e empregados, que segundo ele, sofre com uma ingerência estatal que chega a ser contraproducente.
Ele afirma que os debates têm de ser feitos de forma profunda e com o foco no cidadão, pois há armadilhas nessas questões:
- Em debates como este, tendemos a usar como pano de fundo a questão da liberdade de expressão. Não se pode cair nesta discussão. A intervenção do Estado na tutela do cidadão é um passo atrás e parte do pressuposto de que o cidadão é insuficiente – disse.
- São as pessoas que decidem o que querem e o que não querem. A informação é gerada nas redes sociais e, mais do que nunca, a maioria deve ser considerada. Não podemos aceitar que uma minoria se submeta à maioria.
Avanços serão fundamentais nos próximos 30 anos
O economista, sociólogo e diplomata Marcos Troyjo disse, durante o debate em um dos painéis, que a luta pela liberdade de imprensa e de expressão passa pelo acesso tecnológico. Ele lembrou que o mundo vive um momento de transformação e que o Estado tem de ter um papel de farol neste processo, não de “babá” ou de “babão”, no sentido de ultrapassado:
- A tecnologia terá uma importância brutal de como a democracia e a liberdade de expressão vão evoluir nos próximos 25, 30 anos – afirmou.
Fonte: O Globo (RJ) – Todos pela Educação
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